Um mês. Esse foi o tempo que tirei de férias. Havia mais de quatro anos que isso não acontecia. E eu precisava de T E M P O.Â
Do trabalho, amigos, de mim. Sair de férias é uma necessidade quase como tomar água. Precisamos de um descanso verdadeiro, permissão para nos desligarmos de tarefas burocráticas do dia a dia, daquele esforço para caber em relacionamentos (amorosos, de amizades e familiar), da busca pela falsa perfeição do equilÃbrio mental, fÃsico e social.Â
Um mês para comer o que quisermos, gastar o que não deverÃamos, valorizar os momentos bons que temos durante a rotina. Afinal, a saudade daquilo que deixamos sempre bate à porta. Pequenos instantes em que nos deparamos com o nosso redor e calculamos: “vale a pena X e não vale Y em minha vida”.Â
Voltar de férias sempre envolve um friozinho na barriga, como o do primeiro dia de aula. Será que gostarão de mim? Ainda consigo fazer o que fazia? Como retomar a forma que estava antes do descanso? Essa ansiedade simplesmente acontece porque, no final, nos damos uma falsa liberdade de folga. Ou seja, na primeira oportunidade de nos cobrarmos, faremos.Â
Por isso, sempre gosto de refletir antes de voltar. O que eu preciso e não preciso me cobrar. Quero realmente me encaixar onde não caibo? Ainda gosto do que um dia foi prazeroso?Â
Somos mudança! Antes das férias eu era uma, durante outra, hoje projeto quem nem conheço. Então não nos cobremos para sermos o que já fomos. Tempo não volta, e é por isso que cada “eu” está perfeitamente escrito no momento certo da nossa vida.
Um mês. Para entender que gosto sim de trabalhar em TV. O paÃs que eu aspirava fazer pós-graduação não combina muito comigo. Sou organizada, não metódica. Não posso estimar afeto, apenas por dar. Abrir mão de hobby’s e paixões, como a fotografia, é entender que sou outra. Por mais que seja boa em alguma coisa, não quer dizer que preciso fazê-la. O que os outros querem não é o que eu quero. Se quem amo cobrar mudança, farei, mas não abrirei mão dos meus sonhos. É tempo de encerrar o capÃtulo que li e reli diversas vezes e seguir adiante, por mim.Â
Depois de trinta e um dias, voltarei. Para minha casa, trabalho, cÃrculo de pessoas. Mas voltarei pensando no amanhã. Naquilo que quero, uma nova Juliana.Â
Ah, antes de me despedir, fica aqui duas dicas de músicas que estava ouvindo enquanto escrevia. Amo escutar música, criando. Espero que você também!
Até breve, Ju.