Publicado em 14 de maio de 2020

Para minha Tequila

Você acha que nunca chegará a hora. Até que um dia te falam “filha, é melhor você ir se preparando”.

Eu sabia, eu sabia que perderia minha parceira mais fiel de abraços, aquela que nunca me negou um carinho, que quando eu mais e menos precisei apenas rebolou a bundinha e pediu amor. Amor…é isso que essa cachorra foi para mim. Nada mais, nada menos.

A nossa conexão era como nenhuma outra e, por isso, eu fazia questão de não deixá-la sem companhia. Afinal, quem consegue ver tamanha fofura e não querer esmagar a cada vista. Desfrutar um filme ao lado de um bichinho tão dócil como minha “bulldoga” ou comer escondido 🤫 em time era privilégio para mim.

Quanta saudade já estou de tomar café da manhã aos domingos de sol com a minha gorda ou comprar uma briga com a minha mãe pq a Tequila merecia sim ficar dentro de casa quando chovia, já sinto saudade também de tagarelar o dia todo com um bicho que nunca sequer falou e nunca me deixou sentir solidão.

É…esse animalzinho era especial. Nos últimos três dias nossas conversas foram diferentes. Em uma delas, a minha pequena tinha algo muito especial a me dizer: “seja forte”. Afinal, quando se trata de família eu sou o ser humano mais protetor e sensível que habita este universo e bem que ela sabia. Por vezes isso dói. E tem doído tanto ao mesmo tempo.

A Tequila – sábia que só ela – enquanto eu já chorava sua falta igual um bebê, com as suas últimas forças se senta ao meu lado. Posição que não conseguia ficar há dias. Eu respiro fundo e agradeço, pois sei o que ela quer me transmitir com essa simples ação.

Poxa, até o fim ela me ensinou. Seguirá ensinando. Só posso relatar meu eterno amor àquela que corria igual maluca atrás de mim e me fazia rir como criança. Fica com Deus minha bolinha. Até a próxima jornada.

Espero que você encontre vários chinelos para comer no céu 🙏 e pombas para correr atrás 🕊.

Até breve, Ju.

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Postado por

Juliana Garcia

Sou jornalista, apaixonada por audiovisual, redes sociais, pessoas e histórias. Mas não só. Gosto da arte, da natureza, da vida. Que de vez em quando nos faz de cactos, ensina a sobreviver em meio às adversidades. E tá tudo bem, porque tudo é questão de perspectiva. Concorda? 

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