Queria dizer que não sinto menos amor por você. Que sua piada besta não me faz rir menos do que um dia já fez. Mas como sempre fomos honestos, que continuemos assim…Â
Então não, nada disso diminuiu mesmo. Talvez esse sentimento em mim nunca acabe e sim se torne lembrança. Daquelas que espero um dia relembrar às vezes com lágrimas, às vezes com um riso de canto.
Hoje eu preciso desistir da gente. Da gente que criamos só pra nós, porque foi isso. O sorriso escondido, o abraço na espreita, o beijo roubado, o coração inteiro, até que a dor em mim chega e – diferente de você – eu estou só. Não tenho o acalento de um outro amor. De um outro colo. E na verdade nunca quis.Â
Eu tentei seguir de tantos jeitos. Ser a pessoa que não ligava para nada. Tentei também ser brava, ignorar, ser amiga, mas de nada adiantou porque o coração em mim sempre falou mais alto, gritou quando era preciso silêncio.
Estou cansada, me canso de não poder ter o que quero e escutar que sou amada. Que tipo de amor é esse que nunca poderei ter. Minha vida será sempre aceitar amores distantes? Não quero seguir sozinha ou pelo menos não quero mais a frustração de romantizar a companhia da solidão.Â
Já faz um tempo que me incomoda atuar, atuar ser a colega que não o ama, mesmo todos sabendo que sim. Me incomoda não poder segurar sua mão quando eu quiser ou abraçar você no frio, me incomoda não te incomodar ou você não se incomodar. Me canso de você sumir um dia e no seguinte aparecer como se estivesse sempre ao lado.
Eu queria saber como estava. E é nesse choque de realidade que noto como eu não sou real, sou o mágico, o frame que passou. Talvez seja por isso que eu presto atenção no que diz e você não no que eu digo. Como isso dói, é aquela tal importância. O que eu falo já te captou? Agora, estou te captando? Ei? Tá aqui ainda?…
Eu o amo por tanto. Mas hoje eu preciso de novo estar sozinha. Você me mostrou o que é o amor. Eu não te mostrei isso. Espero ter mostrado algo. Hoje, eu desisti da gente para não desistir de mim.Â
Até breve, Ju.