Publicado em 01 de dez de 2017

Sozinha em outro país: semana da labuta

Então, isso aconteceu. Eu comecei a trabalhar. Deixamos o conforto recém-adquirido de lado e partimos para os finalmentes. E, Deus, que experiência!
Antes, é importante destacar algumas coisas:
1. Eu – e todos os outros brasileiros desse ICP – trabalho como merchandise/retail/stores, ou seja, nas lojas. Isso significa que posso ficar no caixa, na entrada da loja ou no interior verificando se os guests precisam de ajuda.
2. Minha Work Location, ou seja, onde a maioria dos meus turnos serão, é a Tomorrowland – a land futurista do parque Disneyland, que também existe no Magic Kingdom, em Orlando. Uma das minhas roommates tem essa WL também.

“Primeiro dia com o uniforme da Tomorrowland”

O primeiro dia de trabalho foi indescritível. Começamos o treinamento em uma sala no backstage, onde assistimos uma aula on-line sobre fraude e roubo. Basicamente, o que qualquer outra empresa mostraria para seus funcionários. Dica importante: vocês, futuros cast members pelo College Program, vão precisar de um Social Security Number. Não sei como foi o processo com o pessoal de Orlando, mas causou um leve estresse para nós da Califórnia. Resumidamente, alguns brasileiros mandaram um e-mail para a Disney perguntando sobre o SSN e receberam uma resposta com o número temporário. Outros não pediram, porque não acharam necessário. Já aqui, houve uma pequena confusão no escritório e nos disseram que não precisaríamos do documento oficial. Acabou que, sem o número, não conseguimos criar uma conta no portal que a Disney usa para tudo: The Hub. Toda essa história só para dizer que vocês vão sim precisar de um Social Security Number.
Bom, passando para a parte do trabalho de verdade: começou no primeiro dia de treinamento mesmo. Fomos até o escritório e pegamos uma lanyard para cada uma. Teríamos um pouco de guest interaction a partir do pin trading (é uma prática que tanto os parques da Califórnia quanto os de Orlando têm e consiste em trocar pins com os guests). Foi uma experiência muito bacana! Conversamos com as pessoas sobre os pins, sobre o dia deles, sobre as suas experiências na Disney. Foi mágico!
O dia seguinte começou tarde, só às 17h30, com treinamento na caixa registradora do backstage. A treinadora nos ensinou toda a teoria e depois fomos para a loja, atender guests de verdade! No início, a gente esquece de alguns botões, esquece de pedir um documento de identificação e a assinatura do guest. Mas acontece e a gente aprende com os errinhos. Além disso, a nossa treinadora estava lá conosco o tempo todo, sempre respondendo as nossas perguntas e as dúvidas dos guests. Aprendemos também a fechar caixas: que processo complexo! São vários passos e não podemos esquecer de nenhum – lidar com dinheiro tem o ônus da pressão.

“O orgulho de ter seu nome em um crachá desses é indescritível”

O terceiro e último dia de treinamento foi o melhor! Fizemos uma provinha múltipla escolha sobre as teorias – fomos bem até, mas existem perguntas com detalhes que ninguém lembra –, depois fomos direto para o caixa. Não cometi nenhum erro e ainda ganhei meu dia: um menino de aproximadamente dois anos fez um toque de mãos comigo para me agradecer pela bola que entreguei para ele depois que a escaneei. Por fim, fomos avaliadas individualmente por leads (nossos “chefes”, por assim dizer) e fechamos os caixas novamente.
Os próximos dois dias foram de folga e não podia ser diferente: fomos para o parque. Disneyland dessa vez, fomos no final do dia para aproveitar o show de fogos de artifício. (Se você ainda não segue o Rua Seis no Instagram, vai lá! Estamos sempre postando tudo no stories: @portalrua6).

“O show de fogos não deixa nada a desejar: é emocionante e animado, tudo ao mesmo tempo”

O primeiro dia de trabalho sem a treinadora do lado foi mais tranquilo do que eu esperava. Cometi quase nenhum erro. O que eu fiz que abalou o meu dia foi o seguinte: um guest me deu 20 dólares para pagar algo de 13. Porém quando eu fui registrar os 20 dólares no caixa, eu coloquei um zero a mais e o transformou em 200 dólares. Eu já tinha dado ok e não sabia como reverter, então liguei para um lead me ajudar. No fim, o erro não foi tremendo e eu só precisei dar o troco certo para o guest e explicar o motivo de ter 200 dólares no recibo. Easy peezy.
Obviamente nem tudo é mágico. Eu lido com guests sem paciência – apesar de serem poucos –, outros cast members que não estão em dias bons ou talvez tudo no meu dia decidiu dar errado. Essas coisas acontecem e é importante saber lidar com elas.
Mas, para finalizar o post, ontem (meu segundo dia de trabalho depois do treinamento) ocorreu meu possível primeiro magical moment: estava no caixa atendendo uma mãe com suas duas filhas pequenas. Elas estavam comprando muitas coisas, então seria uma interação mais longa do que o normal. Só que a mãe não parecia bem. Ela me disse que estava doente e que o ar condicionado e a correria do dia estavam acabando com ela. Perguntei se ela se sentia bem e, com a resposta negativa, lhe informei que vendíamos remédios naquela área do parque. Só faltou a mulher me abraçar de alegria. Continuei passando suas compras, perguntei sobre seu dia e conversei com suas filhas – que estavam visitando o parque pela primeira vez e se divertiram muito. Quando acabei de empacotar tudo, lhe dei as direções para a loja que vendia remédios e lhe desejei um bom dia. Só posso dizer que interagir com essa família fez o meu dia e eu espero muito ter melhorado, nem que seja só um pouco, o tempo delas aqui na Disneyland!

Por hoje é isso, pessoal!
Vejo vocês semana que vem.
Aproveitem o fim de semana para pensar em viagens ✨

Beijão, Letícia

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De todas as ruas que existem nos seis continentes do mundo, há pessoas querendo falar. Pois bem, o R6 dá voz.

Comentários

  • Peter Marotta Gudme

    Em 01.12.2017

    Uau, Lê! Incrível a celeridade e facilidade com a qual você se ambientou ao trabalho! Ainda mais levando em consideração, conforme você frisou, a pressão associada a lidar com dinheiro (e não é pouca grana!) e a complexidade de alguns processos (como fechar o caixa)! Sem contar que, além de tudo você ainda conseguiu proporcionar um magical moment! Parabéns!

    Aliás, falando nisso, no post anterior você mencionou algumas das roles do ICP: merchandising, quick service e custodial. Imagino que, de todas as posições, merchandising seja a role que proporcione o maior grau e riqueza de guest interaction! Você concorda? Na minha opinião (de leigo), esse é um dos principais destaques da job experience: algo que futuros candidatos deveriam pesar bastante na hora de indicar suas roles prediletas!

  • Letícia Garcia

    Em 01.12.2017

    Obrigada pelo comentário, Pete! Olha, eu acredito que todas as roles onstage – ou seja, as que trabalham dentro do parque, ao vivo com os guests – têm uma interação enorme! Depende muito da pessoa que você está atendendo: se está de bom humor, se gosta de conversar e, no meu caso, se está fazendo uma compra grande que eu vou demorar para finalizar. Mas conversas longas com os guests podem acontecer em qualquer role!