Então, isso aconteceu. Eu comecei a trabalhar. Deixamos o conforto recém-adquirido de lado e partimos para os finalmentes. E, Deus, que experiência!
Antes, é importante destacar algumas coisas:
1. Eu – e todos os outros brasileiros desse ICP – trabalho como merchandise/retail/stores, ou seja, nas lojas. Isso significa que posso ficar no caixa, na entrada da loja ou no interior verificando se os guests precisam de ajuda.
2. Minha Work Location, ou seja, onde a maioria dos meus turnos serão, é a Tomorrowland – a land futurista do parque Disneyland, que também existe no Magic Kingdom, em Orlando. Uma das minhas roommates tem essa WL também.
O primeiro dia de trabalho foi indescritÃvel. Começamos o treinamento em uma sala no backstage, onde assistimos uma aula on-line sobre fraude e roubo. Basicamente, o que qualquer outra empresa mostraria para seus funcionários. Dica importante: vocês, futuros cast members pelo College Program, vão precisar de um Social Security Number. Não sei como foi o processo com o pessoal de Orlando, mas causou um leve estresse para nós da Califórnia. Resumidamente, alguns brasileiros mandaram um e-mail para a Disney perguntando sobre o SSN e receberam uma resposta com o número temporário. Outros não pediram, porque não acharam necessário. Já aqui, houve uma pequena confusão no escritório e nos disseram que não precisarÃamos do documento oficial. Acabou que, sem o número, não conseguimos criar uma conta no portal que a Disney usa para tudo: The Hub. Toda essa história só para dizer que vocês vão sim precisar de um Social Security Number.
Bom, passando para a parte do trabalho de verdade: começou no primeiro dia de treinamento mesmo. Fomos até o escritório e pegamos uma lanyard para cada uma. TerÃamos um pouco de guest interaction a partir do pin trading (é uma prática que tanto os parques da Califórnia quanto os de Orlando têm e consiste em trocar pins com os guests). Foi uma experiência muito bacana! Conversamos com as pessoas sobre os pins, sobre o dia deles, sobre as suas experiências na Disney. Foi mágico!
O dia seguinte começou tarde, só à s 17h30, com treinamento na caixa registradora do backstage. A treinadora nos ensinou toda a teoria e depois fomos para a loja, atender guests de verdade! No inÃcio, a gente esquece de alguns botões, esquece de pedir um documento de identificação e a assinatura do guest. Mas acontece e a gente aprende com os errinhos. Além disso, a nossa treinadora estava lá conosco o tempo todo, sempre respondendo as nossas perguntas e as dúvidas dos guests. Aprendemos também a fechar caixas: que processo complexo! São vários passos e não podemos esquecer de nenhum – lidar com dinheiro tem o ônus da pressão.
O terceiro e último dia de treinamento foi o melhor! Fizemos uma provinha múltipla escolha sobre as teorias – fomos bem até, mas existem perguntas com detalhes que ninguém lembra –, depois fomos direto para o caixa. Não cometi nenhum erro e ainda ganhei meu dia: um menino de aproximadamente dois anos fez um toque de mãos comigo para me agradecer pela bola que entreguei para ele depois que a escaneei. Por fim, fomos avaliadas individualmente por leads (nossos “chefes”, por assim dizer) e fechamos os caixas novamente.
Os próximos dois dias foram de folga e não podia ser diferente: fomos para o parque. Disneyland dessa vez, fomos no final do dia para aproveitar o show de fogos de artifÃcio. (Se você ainda não segue o Rua Seis no Instagram, vai lá! Estamos sempre postando tudo no stories: @portalrua6).
O primeiro dia de trabalho sem a treinadora do lado foi mais tranquilo do que eu esperava. Cometi quase nenhum erro. O que eu fiz que abalou o meu dia foi o seguinte: um guest me deu 20 dólares para pagar algo de 13. Porém quando eu fui registrar os 20 dólares no caixa, eu coloquei um zero a mais e o transformou em 200 dólares. Eu já tinha dado ok e não sabia como reverter, então liguei para um lead me ajudar. No fim, o erro não foi tremendo e eu só precisei dar o troco certo para o guest e explicar o motivo de ter 200 dólares no recibo. Easy peezy.
Obviamente nem tudo é mágico. Eu lido com guests sem paciência – apesar de serem poucos –, outros cast members que não estão em dias bons ou talvez tudo no meu dia decidiu dar errado. Essas coisas acontecem e é importante saber lidar com elas.
Mas, para finalizar o post, ontem (meu segundo dia de trabalho depois do treinamento) ocorreu meu possÃvel primeiro magical moment: estava no caixa atendendo uma mãe com suas duas filhas pequenas. Elas estavam comprando muitas coisas, então seria uma interação mais longa do que o normal. Só que a mãe não parecia bem. Ela me disse que estava doente e que o ar condicionado e a correria do dia estavam acabando com ela. Perguntei se ela se sentia bem e, com a resposta negativa, lhe informei que vendÃamos remédios naquela área do parque. Só faltou a mulher me abraçar de alegria. Continuei passando suas compras, perguntei sobre seu dia e conversei com suas filhas – que estavam visitando o parque pela primeira vez e se divertiram muito. Quando acabei de empacotar tudo, lhe dei as direções para a loja que vendia remédios e lhe desejei um bom dia. Só posso dizer que interagir com essa famÃlia fez o meu dia e eu espero muito ter melhorado, nem que seja só um pouco, o tempo delas aqui na Disneyland!
Por hoje é isso, pessoal!
Vejo vocês semana que vem.
Aproveitem o fim de semana para pensar em viagens ✨
Beijão, LetÃcia