Publicado em 30 de nov de 2017

Querido 2017,

Avery Woodard

Lembro de começa-lo com milhares de planos em mente. Talvez emagrecer, estagiar, viajar para todas as cidades próximas a São Paulo, ser mais organizada e todos os outros detalhes que depositei dentro da mochila de expectativas para o ano que havia começado.

Fui surpreendida. Não porque não agarrei com toda a força que há em mim a realização de alguns desses desejos que divagavam em minha mente, mas porque as minhas maiores vitórias aconteceram em lugares que ninguém é capaz de enxergar: no meu coração e na minha mente.

Entendi, mesmo que de forma natural e gradativa, que era o momento de ser sincera. Não exatamente com as pessoas que escolheram seguir a estrada da vida ao meu lado, mas comigo mesma. Era o instante exato para dar uma chance a quem eu realmente sou e ao que gritava nas minhas entranhas enraizadas há anos.

Viajei. Viajei para outro país, sozinha e comecei a trabalhar na empresa dos sonho. Mesmo assim deixar em pausa, no Brasil, todas as pessoas que dão propósito ao meu coração para, então, fazer algo por mim esteve longe de ser a decisão mais fácil que precisei fazer. Mas era nítido como não apenas o meu corpo precisava embarcar em um avião, mas a minha alma em novas vivências.

Talvez não saia como o roteiro programado em minha mente, mas está tudo bem. Sei que a lei natural das situações é agradável a cada batimento do meu peito quando pude olhar em meus próprios olhos e sentir paz ao escolher a mim mesma, sem medo de ser egoísta por isso.

Arriscar. Esse é o verbo que enlaça 2017 da forma mais sincera possível. Arriscar mandar para longe toda opinião alheia. Arriscar abrir os meus horizontes para assuntos que antes deixavam-me desconfortável. Arriscar novos laços, como os de chamar novas pessoas de amigos.

Pensando bem sobre, a mudança interior que tanto ouvimos falar é isso, não é? Acreditar em si. Então, muito obrigada 2017. Tem sido ótimo abraçar a mim mesma e descobrir, de forma intensa e palpável, que eu tenho me tornado adulta aos poucos e sentido orgulho, diariamente, pelo novo eu que nasce a cada conquista, mas, principalmente, a cada derrota. Sobreviver e viver, sempre. 

Até a próxima, Alice Arnoldi.

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